sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Lá diz o ditado, fruto proibido, é o mais apetecido!

 O dia ontem, não amanheceu para mim, levantei tarde ...mas que importa, deitar tarde, levantar tarde se os dias se as caminhadas acabaram, os passeios idem, as visitas aqui e ali, também. E parece que esta noite vai pelo mesmo!!

Ainda ontem via fotos de 2019  com os paquetes a sulcarem o Tejo, e até sinto saudades...parece que o mundo parou, mas para muito pior. Damos por nós a ter saudades de coisas absurdas, rotineiras, algumas que até criticávamos, como os muitos cruzeiros, que faziam parte da vida normal, mas que hoje nos parecem coisas distantes, ligadas à descontração da vida, a rotinas prazenteiras e até sentimos saudades.   Parece que éramos felizes e nem sabíamos!

Quem não tem saudades até das idiotas rotinas de ir às grandes superfícies comerciais, como o Ikea, se iam ver as modas, depois almoçávamos,  tínhamos tirado  notas da fila e corredor onde estava o que íamos comprar, e pelo caminho, passávamos na loja sueca. 

A ler os rótulos, porque depois de uma vida se descobre que se viveu cheio de problemas, que afinal eram intolerâncias. Enfim, intolerâncias à parte, estou num desgaste total. Preciso sair, apanhar sol e o maldito do tempo que até está a favorecer ao confinamento. Recordar aquelas saídas,  quando se ia até ao Continente fazer as compras para os animais, porque há muita variedade  e se aproveitava para ir até a Portugália? Se calhar éramos só nós, sei lá, mas estava sempre tudo cheio.

E o maldito frio deste ano?  não sei se é por estar muito em casa,  há muito não sentia  um frio tão  horrível e húmido. E a chuva que não desampara!! 

Vivemos perto do mar, mas não vemos o mar, só ao longe uma tirirnha ora azul ora cinzenta. Não podemos passear e  caminhar à beira mar. De tanto andar de cá para lá a fingir que caminho, ando com três pares de meias grossas e sem sapatos. Quem está a adorar são os felinos, a propósito adoptei mais um. Um dia destes conto, uma verdadeira novela.

Que tal terem os companheiros todo o dia em casa? Felizmente os filhos já não estão, mas ainda tive um até ao verão, aqui em casa... foi preciso vir o Covid para ver que podia  ser perigoso!!

Mas como aguentam as pessoas estar todo o dia em casa com a mesma pessoa?  No meu caso, o primeiro semestre foi  duro, com direito a discussão e tudo.. Estava habituada a estar sozinha,  e ser senhora do meu nariz, tantas vezes nem almoçava, ou me punha a fazer algo que gostava. Depois foi mau, muito mesmo. As rotinas das refeições que muitas vezes não fazia, e foi um caos.

Preparar os pequenos almoços, pensar no almoço, depois fazer um bolo, uns muffins ou uns queques, pensar nas panquecas do pequeno almoço que acabei a dar aos pombos de tão secas ficarem com a porcaria das farinhas sem glúten... ufa, só de me recordar até me canso...quilos de farinhas  de leites vegetais!  Uma mudança tão grande na minha vida, e que felizmente hoje já são quase rotina, mas foi bravo, muito mesmo.

Agora vejo vários canais no YouTube, aprendo a costurar, a fazer pão sem o deixar uma sola, já faço o meu "levain" para fermentar o pão etc. Aprende-se a bricolar...há receita para quase tudo e há meio mundo que virou mestre. Os meses de um frisson terrível passaram, felizmente. Deu direito a crises de choro e discussão e tudo, mas passou!!

Voltei a ter as minhas rotinas, mas foi preciso dizer que queria a minha vida de volta...deitar quando há sono, se for às dez da noite, seja, se for às cinco da manhã, óptimo. 

Como se não bastassem  os massacres das notícias que já não ouço ou vejo, ainda nos proíbem de ir apanhar sol, caminhar, sair, só porque os jornalistas todos moram nos mesmos sítios e mal ha quinze ou vinte miúdos a fazer surf, lá estão eles com as reportagens da linha, sempre a mesma coisa. Depois pagamos todos. Não pelos surfistas, esses vendem saúde. Mas pelos  jornalistas que se calhar invejam os ditos e mal os veem, lá estão a fotografar e a gravar reportagens.

Problema maior, é que não acredito que a situação vá melhorar, pelo menos tão cedo. Leio muitos estudos e os que estão dentro do assunto, já falam em finais de 2022... Já eu,  segundo o programa online  para saber quando serei vacinada,  nem tenho previsão de data. Por isso, há que aguentar e tentar arranjar maneira de ir saindo aos poucos,  mal o sol se veja!! Ou morremos do confinamento!

Chegou o João, o Pestana. 



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